quarta-feira, 8 de abril de 2020

Aluguel de ações: como ganhar uma graninha extra!!

Olá, investidores

Com as quedas recentes na Bovespa percebi que algumas ações da minha carteira, que estavam disponíveis para alugar, foram alugadas neste primeiro trimestre de 2020 e assim pude ganhar uma graninha extra, sendo o valor recebido com aluguel destinado à aquisição de mais ações com foco no B&H.

Abaixo segue um compilado de alguns sites que visitei e que me ajudaram a tirar dúvidas quanto ao aluguel de ações. Ao final mostrarei o quanto ganhei até o momento com o aluguel.

Antes do começar a explicação, lembre-se que para conseguir alugar as ações é necessário que haja dois personagens: o doador e o tomador.
Doador: são pessoas que tem ações e não pretendem vendê-las no curto prazo. É nóis na fita, o investidor de longo prazo.
Tomador: são pessoas que querem se beneficiar de um mercado em queda. É o especulador!!

1) O que é o aluguel de ações?
Aluguel de ações é um tipo de operação que pode ser feita na bolsa de valores onde uma pessoa “empresta” um ativo para outra pessoa mediante o recebimento de uma taxa de aluguel pelo prazo em que as ações ficam emprestadas.

2) Quais são as vantagens do aluguel de ações para o doador?
- Recebimento de remuneração no valor acordado com o tomador;
- Autonomia para estabelecer qual será o prazo de vencimento da locação;
- Rentabilidade com a carteira de ações;
- Reembolso ajustado dos juros e dividendos das ações alugadas durante o período do empréstimo;
- Sem custos;
- Operação segura garantida pela CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).

3) Só posso alugar ações?
Não. A operação de aluguel mais comum é com ações, mas os ativos que podem ser alugados são: ações, BDRs, Units e ETFs. Lembrando que FIIs não podem ser alugados.
Atualização: a partir de novembro/2020, a B3 liberou o aluguel de cotas de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs).

4) Quais os tipos de contrato de aluguel de ações?
- Contrato reversível ao doador
Neste tipo de contrato, o doador tem o direito de encerrá-lo a qualquer momento, independentemente do período acordado. Caso isso ocorra, o tomador paga apenas a taxa de aluguel proporcional ao período que ficou com as ações.

- Contrato reversível ao tomador
Neste caso, é o tomador que possui o direito de finalizar o contrato independentemente da data de vencimento e deve devolver as ações a alugadas em até quatro dias.

- Contrato reversível ao tomador e ao doador 
Essa versão do contrato permite que tanto o tomador quanto o doador possam finalizar o contrato de aluguel antes do vencimento. Caso o doador solicite a devolução do papel antes do vencimento, o tomador terá 4 dias úteis para devolver as ações.

- Vencimento Fixo
No contrato com vencimento fixo, o doador e o tomador devem cumprir o período de vigência do contrato acordado previamente por ambas as partes.

5) Qual a rentabilidade que posso obter com o aluguel de ações?
A taxa de remuneração nessas operações varia de acordo com cada ativo e a B3 divulga diariamente em seu site as taxas médias de negociação. As taxa de remuneração ao doador podem ser consultada neste link da B3.

6) Quais os custos o doador terá com o aluguel?
Não há custos para o doador. Somente será cobrado imposto de renda sobre os ganhos com aluguel (alíquota decrescente de 22,5% até a menor alíquota de 15%, dependendo do prazo alugado). Mas não se preocupe com o IR a pagar, pois a retenção é realizada pela própria corretora sendo o valor disponibilizado na sua conta já líquido de imposto.

7) O doador continua recebendo os proventos quando as ações estão alugadas?
Sim, o doador mantém todos os direitos sobre as ações, entre eles, o recebimento de dividendos e de juros sobre o capital próprio. O mesmo acontece com as bonificações, com a diferença de que as cifras em questão só serão repassadas no vencimento do contrato, com o valor corrigido.

8) Quais os riscos envolvidos na operação?
Para o doador de ações o risco pode ser considerado mínimo, pois a CBCL (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), que faz a intermediação da operação, exige uma garantia do tomador. 
Já o tomador de ações corre riscos mais elevados que o doador. O primeiro deles é a atualização diária das garantias exigidas. Caso seja exigido um novo valor de margem (seja pela B3 ou pela corretora) e o tomador não tiver capital suficiente, há a possibilidade de se ver obrigado a reduzir a operação ou até encerrá-la.

9) Como faço para alugar minhas ações?
Antes de entrar em contato com a corretora certifique-se de que suas ações estejam disponíveis na "Carteira 21016 - Carteira Livre" no CEI (Canal Eletrônico do Investidor) da B3, e que estejam devidamente liquidadas, ou seja, tenham sido compradas há no mínimo dois dias úteis antes, não menos que isso. Feita esta consulta preliminar, verifique no site da sua corretora qual o procedimento para alugar suas ações, já que cada corretora tem sua própria maneira de realizar esta operação. 

No meu caso, utilizo a corretora Modal Mais e como não há um sistema de aluguel de ações automático, preciso entrar em contato por meio deste formulário, opção demais assuntos, e então solicitar o aluguel. Aí na descrição da mensagem, informo o seguinte texto:

Assunto: Aluguel de ações posição de doador
Ativo: XYZW3
Quantidade: xxxx ações
Taxa: x,x% a.a.
Vencimento: 29/12/2020
Tipo de contrato: Reversível ao tomador e ao doador 

Para definir a taxa de remuneração eu não fico consultando ativo por ativo no site da B3. Escolhi 8% a.a para todas as ações em carteira. No início do ano, a Selic estava em torno de 4% a.a aí resolvi chutar o dobro da taxa Selic. Sim, foi no chutômetro mesmo. Quanto ao prazo escolhi o último dia útil do ano corrente pois não penso em vender nenhuma ação no momento. E, finalmente, o tipo do contrato reversível ao tomador e ao doador significa que ambas as partes envolvidas no aluguel podem encerrá-lo a qualquer momento.

Depois é só aguardar e ir acompanhando no CEI da B3 em Investimentos -> Empréstimo de Ativos,  se alguma ação foi alugada.

No CEI ainda é possível consultar os empréstimos já encerrados na opção Extrato e Informativos -> Empréstimos de Ativos -> Aviso de Movimentação, ou seja, este é o valor que irá aparecer lá no extrato da sua corretora.

Assim, até o momento recebi o valor de R$ 182,76. O valor recebido não é alto, mas acho que está bom, principalmente porque o mercado está em um momento de baixa e devido a isso tenho consigo alugar as ações e receber uma graninha extra.

Por fim, para saber quais os contratos de aluguel que já foram encerrados acompanho o extrato pelo APP da corretora e quando vejo "Taxa de remuneração - BTC s/ ação tal", aguardo a ação ficar novamente na Carteira Livre e preencho o formulário solicitando um novo aluguel.



That's all folks!!!


Fonte: Modalmais, BTG, Suno, XP e Clear

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Fechamento março/2020 - Mês do corona parte II

Olá, investidores. Algum sobrevivente por aí?
Que março foi este? Tivemos vários circuit breaker na Bovespa e nas bolsas ao redor do mundo. Assistindo ao noticiário parece que iremos dormir e no dia seguinte o mundo terá acabado. Sim, estamos passando por uma crise imensa, bem pior do que a crise imobiliária nos EUA em 2008. Agora a crise é mundial, e não está restrita a apenas um setor específico da economia. 

Quando este vírus começou lá na China em dezembro/2019, eu particularmente não imaginava que teria um impacto tão forte no restante do mundo. A priori, pensei que o impacto seria apenas na Ásia, mas pelo contrário, este vírus se espalhou de maneira jamais vista e atingiu o mundo como um todo. 

Governos começaram agir e impuseram lockdown, parando a economia em vários países. Apenas o essencial tem funcionado e onde eu moro tem até toque de recolher durante noite/madrugada. Parece um clima de guerra.

Há muitas críticas quanto à utilização do lockdown para evitar a propagação do vírus de forma exponencial, pois o efeito na economia poderá ser catastrófico, levando a um caos tanto na parte financeira quanto na parte social, com o aumento do número de desempregados e quebra generalizada de pequenas e médias empresas, principalmente.

Mas o que deveria ser feito então? Iríamos seguir normalmente com nossa rotina como se nada estivesse acontecendo, ficando a própria sorte?

Não faço ideia de quanto tempo esta crise irá perdurar. Um mês, um ano, dez anos? Como não sei a resposta vou continuar aportando todos os meses uma parte do meu salário. Entretanto, tenho pensado em reduzir um pouco os aportes e aumentar minha reserva de emergência, pois até o momento somente a iniciativa privada está pagando o pato com corte de salário e redução da jornada de trabalho. Acho que também poderá haver redução de salário e carga horária para servidores públicos, apesar da CF/88 vedar: “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis”. 

Vamos ao fechamento de março/2020!

Parte I - Renda Fixa
Composição da carteira

Aporte no mês: compra de um título IPCA+ 2045
Rentabilidade carteira Renda Fixa no mês: -8,31%
Rentabilidade do CDI no mês: 0,33%
Rentabilidade da carteira desde julho/2017: 20,81%
Rentabilidade do CDI desde julho/2017: 18,50%


Conclusão: em março recebi uma LCA que rendeu 0,44% a.m. pelo prazo de um ano. Reapliquei em Tesouro Direto IPCA+ 2035 e +2045 e também comprei um pouco em ações. 
Como boa parte da carteira de renda fixa está alocada em títulos de longo prazo e devido à elevação das taxas dos títulos públicos já era de se esperar uma nova queda. Assim, esta carteira apresentou uma rentabilidade de -8,31% e o título com maior desvalorização foi o IPCA+2045 com -20,15%. Ah, ia me esquecendo que houve mais uma redução na taxa Selic de 4,25% para 3,75%a.a.

Parte II - Ações
As compras foram realizadas em: BBDC3 (54 ações), ITSA4 (36 ações), IRBR3 (164 ações), ENBR3 (139 ações) e PARD3 (15 ações).


Rentabilidade da carteira Renda Variável no Brasil: -28,70%
Rentabilidade do IBOV no mês: -29,90%
Rentabilidade da carteira desde junho/2017: 19,39%
Rentabilidade do IBOV desde junho/2017: 16,44%
Proventos recebidos no mês: R$ 431,71


Mico do mês: todas as ações em carteira caíram. A que teve pior desempenho foi a Estácio (YDUQ3) com -57,28%. 

Conclusão: É a crise chegou!! Lado positivo? Agora poderei comprar lote padrão de ações novamente rs. Meus aportes não estavam conseguindo comprar mais praticamente nada. As ações em carteira de maneira geral estavam rompendo topo histórico e o número de ações compradas estava cada vez menor. Lado negativo? A carteira levou um belo tombo novamente e fechou março com rentabilidade negativa de -28,70%. Momentos de euforia e de pânico fazem parte do jogo. Não quero fazer parte da estatística de comprar no topo e vender no fundo, assim seguirei com minha estratégia de comprar todo mês um pouquinho, mesmo se for necessário diminuir os aportes momentaneamente.
Adicionei a empresa IRBR na carteira. Ela estava no meu radar há um bom tempo e devido a queda pós carta da Squadra, boato sobre o WB comprando ações da empresa, renúncia do CEO, e por fim, Corona vírus, a empresa caiu -70,89% em março e decidi adicioná-la na carteira. De início irei deixar uma posição pequena na carteira e aguardar os próximos resultados, tendo em vista que uma nuvem negra paira sobre a empresa.

Parte III – Carteira consolidada
Rentabilidade da carteira no mês: -17,69%
Rentabilidade da carteira desde junho/2017: 12,08%
Carteira dividida em: 40% RV e 60% RF


Conclusão:
Patrimônio total em março fechou em R$ 259k, representando uma queda de R$ 57k em relação ao topo ocorrido em janeiro deste ano. Ambas as carteiras têm sofrido com esta crise. A carteira de RV já está no prejuízo e a carteira de RF por enquanto está no lucro, mas pelo andar da carruagem... 

That's all folks!!

Link para download da planilha: https://sites.google.com/view/dlombelloplanilhas